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terça-feira, 5 de julho de 2011




PROJETO PEDAGÓGICO PRÉ I “A”


CANTANDO E CONTANDO HISTÓRIAS NO PRÉ I “A”







Professoras:

 Adriana do Rocio Varussa
e
Márcia S. Esquelbeck



Pirai do Sul - 2011




1 - INTRODUÇÃO
          A criança, por volta dos três a quatro anos, apresenta algumas características significativas. Pode-se citar a relação de autonomia com o mundo a sua volta, uma segurança considerável de suas habilidades e nesta idade inicia suas experiências de vida grupal e social. Com mais independência e segurança começa sentir-se uma entre muitas crianças; começa a formar grupo. Gosta de aventura e de sentir-se independente, fala de si mesma, conta o que sabe o que fez ou irá fazer, gosta de ser elogiada; é imitadora e exibicionista. Observa-se que não se mantém com regularidade e persistência em uma mesma atividade, apesar de ter grande interesse em realizá-la. No espaço físico, movimenta-se descobrindo posições e limites; anda e corre com facilidade e também sobe em lugares altos.
          Possui um bom vocabulário, o qual pode ser notado pelo tamanho das sentenças que é capaz de formar. Troca um grande números de informações, descreve acontecimentos de forma compreensível, apesar de incluir muitos detalhes irrelevantes e algumas vezes esquecer os essenciais. Consegue reproduzir pequenas histórias contadas.
          A noção de passado e futuro ela ainda não possui e por esse motivo, muitas vezes, confunde a conjugação dos verbos ao relatar fatos. Surgem à descoberta dos seus direitos, deveres e começa a fazer julgamentos. Pensa alto e fala sem parar. Nem sempre consegue concluir o pensamento que iniciou, pois divaga e se atém a certos detalhes. Gosta de brincar com as palavras: inventa palavras, deforma palavras conhecidas, inventa e dá nomes a objetos, relata as observações, responde perguntas simples, descreve gravuras, histórias e brincadeiras.
          Sua dramatização começa a se tornar mais elaborada e imaginativa, podendo ocorrer à divisão de papéis nas brincadeiras. Não é capaz ainda de distinguir fantasia da realidade. Geralmente inventa fatos e relata-os com convicção e realismo que o adulto acaba acreditando que ela tenha vivido a experiência.
          Tem compreensão das regras, mas tem dificuldade de realizá-las, porém, já é capaz de emprestar seus brinquedos e gosta disso. Seus desenhos começam a tomar forma e ela gosta de nomeá-los. Algumas crianças passam por uma espécie de escrita e realizam intermináveis séries de riscos ligados paralelamente com se fossem palavras. Com base nessas características da criança de três a quatro anos é que o projeto “Cantando e Contando histórias no Pré I” será desenvolvido.

2 - PROPOSTA PEDAGÓGICA (Sócio-interacionismo)
          Nossa missão é a formação de cidadãos críticos, criativos e responsáveis, que valorizem a democracia, a verdade, o respeito e a solidariedade. Em nossa prática pedagógica procuramos oferecer diversas possibilidades educacionais, para que as crianças desenvolvam suas potencialidades.
          Trabalhamos as várias áreas do conhecimento simultaneamente através de Projetos Pedagógicos, de maneira que a aprendizagem ocorra de forma significativa e contextualizada. Entendemos que o professor é um mediador de novas conquistas, atento e dedicado, ele amplia e sistematiza os conhecimentos, valorizando e respeitando as hipóteses, interesses, a criatividade e as formas de expressão das crianças.
3 -  METODOLOGIA
          A Pedagogia de projetos torna-se nesses últimos anos uma das alternativas viáveis para as reais necessidades de aprendizagens das crianças. Segundo FREIRE (1997, p. 44) “É pensando criticamente a prática de hoje e de ontem que se pode melhorar a próxima prática”. O professor deve compreender que sua prática pedagógica só será verdadeiramente útil se for capaz de estimular o desenvolvimento de suas crianças, sentindo-se sujeito da ação pedagógica. Como se sabe a Pedagogia de Projetos não é de hoje, mas desde o início do século XX, que se discute a respeito de sua contribuição ao processo de ensino-aprendizagem, que surgiu com o educador e filósofo John Dewey, com a chamada “Pedagogia Ativa”. Assim ele foi o responsável por uma nova concepção pedagógica que considerava já no inicio do século passado à criança como sujeito de seu próprio conhecimento. Segundo Dewey (1964, p.430) “A educação é um processo de vida e não preparação para a vida futura.
           A escola deve representar vida presente. Tão real e vital, para a criança, como o que ela vive em casa, no bairro ou no pátio”. Seu pensamento contribuiu com o movimento de educação progressista, já nessa época, foram feitas as primeiras referências ao trabalho de projeto como postura pedagógica inovadora.
          Nessa perspectiva, a postura pedagógica é realizada a partir da Pedagogia de Projetos que dá legitimidade ás práticas pedagógicas, na medida em que tudo parte da situação problema, para busca de situações didáticas para solucioná-la. Para isso, todos dentro da escola vão desejar envolver-se com o projeto. A criança é a condutora do processo, considerando e respeitando o que as crianças desejam saber, conhecer e descobrir.
          A pedagogia de Projetos visa á re-significação desse espaço escolar, transformando-o em um espaço vivo de interações, aberto ao real e ás suas múltiplas dimensões. O trabalho com Projetos trás uma nova perspectiva para entendermos o processo de ensino-aprendizagem (LEITE, 1996, p. 08).
          A Pedagogia de Projetos oferece condições para revitalizar o cotidiano das instituições educacionais materializando e sistematizando coletivamente as atividades pedagógicas, entendendo que a criança é o componente mais importante no processo do desenvolvimento da aprendizagem; valoriza a criatividade da criança, resgatando a identidade tanto da criança como do professor, já que ambos são sujeitos do processo do desenvolvimento da aprendizagem. O envolvimento da criança no projeto faz com que ela seja capaz de perceber-se como sujeito, uma vez que se compreende que ela toma decisões, faz escolhas, adota estilos e comportamentos de acordo com seus gostos e interesses.
         Nessa perspectiva, o projeto nada mais é do que uma atividade direcionada, onde se acompanha passo a passo toda atividade realizada com a criança. A Pedagogia de Projetos revela muita autenticidade, criatividade e transparência, tudo que é projeto passa a ter um significado novo, porque as maneiras que se realizam as atividades não são individualizadas. Os trabalhados ganham vida, porque não são vistos isoladamente, mas integrados na construção do conhecimento. Portanto, inovar, criar, experimentar são desafios importantes para uma instituição educacional, quando se entende que o trabalho em conjunto pode gerar a autonomia da criança, todos os objetivos são conquistados. Os projetos criam possibilidades para as instituições de ensino, evitando que o cotidiano da mesma não se torne mesmice.
3.1 Público-alvo
         Crianças de três a quatro anos, pertencentes à turma do Pré I”A”.
 3.2 Cronograma
          As atividades referentes ao projeto serão realizadas durante todo o ano letivo, sempre interagido com os demais conteúdos a serem trabalhados.

4 - JUSTIFICATIVA
          Durante o período de adaptação percebeu-se, por meio de observações e brincadeiras, o interesse que as crianças do Pré-I demonstraram por histórias e cantigas infantis. A literatura infantil clássica e a contemporânea com os seus personagens: bruxas e fadas, princesas e príncipes, lobo e caçador entre outros e as músicas do cancioneiro popular, as canções folclóricas e as rodas de música despertam a curiosidade e a fantasia da criança de três a quatro anos. Curiosas, entram no clima da fantasia e do suspense, que a brincadeira do faz-de-conta proporciona.
          Percebendo como elas se encorajam a usar a oralidade para antecipar suas ações ou falar de seus sentimentos, mesmo que, às vezes, seus colegas não consigam parar para ouvir, o que é compreensível nesta faixa etária, fazem-se necessárias intervenções. Desta forma, a oportunidade de se expressar com respeito e harmonia, são possíveis a todas.
          Ampliando o repertório da brincadeira, utilizando os desenhos e as histórias, possibilita-se que a criança, através do enredo e dos personagens, fantasie e imaginem ser ela na história e/ou desenho. Este brincar de ser é central para o desenvolvimento do pensamento.
          Portanto, com base nas observações feitas, o projeto “Cantando e Contando Histórias no Pré I” foi elaborado. Buscando através das canções e histórias infantis, fazer com que as crianças ampliem e enriqueçam o seu mundo real; aprendam a lidar com determinadas situações; desenvolvam o raciocínio; o vocabulário e estabeleçam relações entre o mundo real e o da fantasia construindo o conhecimento.
5 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
          A importância das canções e histórias infantis na formação das crianças vem desde os tempos mais remotos.
          Segundo Magdaleno (1997, p.93) o ato de contar histórias já fazia parte da vida das pessoas. Nas histórias, muitas informações a respeito da cultura eram transmitidas por meio de contos, parábolas, parlendas, pois desta forma criava-se um ritual onde a história envolvia os ouvintes que se deliciavam com a sonoridade das rimas, com o suspense e com o clima de curiosidade que o conto criava. Em cada história um personagem, fantástico ou não, que nas suas aventuras experimentava sentimentos comuns, como a coragem, o medo, a raiva, a alegria, a insegurança, a tranqüilidade e tantos outros mais.
          Essas características das canções e histórias infantis persistem até os dias de hoje. Porém, ao passar do tempo muita coisa mudou: existem histórias em CD-ROM; o tempo dispensado para contar histórias às crianças também modificaram seus interesses. Já que a TV e o computador ocupam um espaço cada vez maior em nossa sociedade o que não se deve fazer é não abandonar o hábito de desfrutar do encanto de contar, ler ou ouvir histórias.
          Dessa maneira, cabe aos educadores, garantir às crianças o direito de usufruírem dos encantos que as canções e histórias infantis proporcionam, desenvolvendo todos os dias o hábito e o prazer pela leitura.
          Para tanto, o ponto primordial é a maneira como o professor ou o contador de história interpreta a obra e transmite o conto e/ou as canções às crianças. Uma vez que, a entonação de voz, os adereços, os baús de histórias, entre outros, são instrumentos que devem entretê-la e despertar sua curiosidade. E para que enriqueçam sua vida, devem estimular-lhe a imaginação: ajudá-la a desenvolver seu intelecto e a tornar claras suas aspirações.
6 -  OBJETIVO GERAL
          Proporcionar momentos significativos onde à literatura torna-se o principal instrumento e através desta desenvolver seus conhecimentos. Oferecendo informações, buscando ampliar sua visão de mundo através das canções e histórias, fornecendo subsídios para que elas possam enriquecer seu vocabulário e a sua capacidade de argumentação para expressar, de forma mais elaborada, suas idéias.
6.1 - Objetivos Específicos
*    Oportunizar ao grupo de crianças, vivências que traduzam o encantamento de diferentes canções, bem como a beleza das histórias infantis;
*    Proporcionar situações onde as crianças possam brincar em parcerias entrando em sintonia com os outros e com diferentes linguagens, objetivando a socialização e a integração das diferenças;
*     Fornecer subsídios para que as crianças enriqueçam seu vocabulário; capacidade de argumentação e expressão de forma mais elaborada;
*     Incentivar as crianças a falar o que desejam, respeitando o grupo;
*     Exercitar o diálogo e a capacidade de escutar os colegas e esperar a vez de falar e ser ouvido.
7 - PRINCIPAIS ATIVIDADES
*     Contos de histórias;
*     Roda de histórias;
*     História desenhada;
*     Baú de histórias;
*     Cantigas de roda;
*     Dança;
*     Dramatizações;
*     Teatro de fantoches;
*     Roda de conversas;
*     Brincadeiras infantis no espaço interno e externo do cmei;
*     Jogos;
*     Exercícios de reprodução de movimentos;
*     Recorte e colagem;
*     Pinturas e representações através de desenhos;
*     Confecções de diferentes objetos com sucata;
*     Dobraduras;
*     Pesquisa;
*     Ateliês ou oficinas de desenhos;
*     Aulas de estudo (aula-passeio).
7.1- Recursos pedagógicos
*     Livro de histórias infantis contemporâneas;
*     Fantasias e adereços;
*     Maquiagens;
*     Máquina fotográfica;
*     Fantoches;
*     Jogos;
*     Brinquedos diversos;
*     Sucatas diversas;
*     Revistas inutilizadas;
*     Aparelho de som e de DVD;
*     CDs;
*     DVDs;
*     Papel ofício, pardo, cartolina, crepom entre outros;

*    Tinta guache e acrílica;

*     Pincel e tesoura;

*     Lápis de cor;

*     Giz de cera;

*     Caneta hidrocor e pincel atômico;

*     Cola colorida e branca;

*     TNT e demais tecidos;

*     Fita adesiva;

*     Computador;

*     Participação dos pais e/ou responsáveis e familiares;

*     Colaboradores do cmei;

*     Área livre do cmei.
8 -  AVALIAÇÃO
           A avaliação será processual, contínua, participativa, investigativa e diagnóstica. Haverá intervenção do educador sempre que necessário; assim como, registros descritivos diários de todo o processo realizado; observando os seguintes critérios:
*    Relato oral e por meio de desenhos das crianças;
*     Envolvimento das crianças nas atividades;
*     Observação;
*     Associação;
*     Criatividade;
*     Interesse;
*     Compreensão;
*     Participação.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, F.J.J. Fonseca, F. M. Projetos e ambientes inovadores. Ministério da Educação. Brasília, 2000.
EXAME, Revista. Oliveira, S.M.B. Escola serve para quê? 2001.p.134.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários á prática educativa. São Paulo, 1997.
BRASIL. Ministério de Educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/ SEF, 1998.
SANTA CATARINA, Secretaria de Estado da Educação e do Desporto, Ciência e Tecnologia. Proposta Curricular - Estudos temáticos. Florianópolis: IOESC, 2005.
OSTETTO, Luciana E. (Org.). Encontros e encantamentos na educação infantil: Partilhando experiências de estágios. São Paulo:Papirus, 2000.
http://www.colegiovisao.com.br/pagina.php?mod=paginas&tipo=projetp&d=5


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